Apaixonado pelas coisas de Deus desde pequeno, o fundador da ordem dos dominicanos nasceu em Castela, na Espanha, em 1170. Enquanto fazia seus estudos, já incomodava-lhe a indiferença com que se tratava o sofrimento dos mais pobres. Chegou a vender as coisas de mais valor de seu quarto, inclusive sua Bíblia, para socorrer os carentes.
Após formar-se, em 1203 teve que acompanhar Dom Diogo, Bispo de Osma, numa viagem a Dinamarca, e ficou impressionado com o desconhecimento da Doutrina Cristã nos lugares por onde passava.
Noutra viagem, em 1205, passando pelo sul da França, encontraram duas correntes de heresias que tinham alcançado alta estima entre o povo por viverem a pobreza de sincero modo, ainda que absolutamente tresloucado. Eram os albigenses e os cátaros, que se dizendo imitadores dos Apóstolos, contrariavam acintosamente a Doutrina da Igreja, desrespeitando a hierarquia e alterando a liturgia católica.
O Papa já havia mandado alguns legados àquela região, mas eles não conseguiam convencer o povo daqueles graves desvios, porque, para os mais simples e sem leitura, esses enviados levavam vida de nobres, eram servidos por criados, enquanto os hereges pareciam levar vida de Santos. Foi quando Diogo e Domingos, que desde sempre haviam adotado a evangélica pobreza, sugeriram aos núncios apostólicos que deixassem todo conforto e fossem viver como aqueles infiéis, na pobreza, o que eles aceitaram sob condição de que eles dois fossem seus dirigentes.
O sucesso da nova forma de evangelizar foi imediato e logo chegou ao conhecimento do Papa, que gostou da iniciativa e deu autorização para que continuassem. Era a "Santa Pregação". Como Diogo tinha funções de bispo, teve que voltar a Osma, onde logo veio a falecer. Mas, mesmo sozinho, São Domingos não desistiu.
Em 1206, um grupo de mulheres convertidas do catarismo pediu-lhe auxílio para viver a vida religiosa. É quando ele lhes concede uma casa em Prouille, no extremo sul da França, e sugere uma regra de vida humilde, toda voltada para a oração. Essa casa vai ser o berço dos dominicanos, e a primeira comunidade das monjas dominicanas da clausura. Por lá passariam e hospedar-se-iam os primeiros "pregadores mendicantes".
Em 1206, um grupo de mulheres convertidas do catarismo pediu-lhe auxílio para viver a vida religiosa. É quando ele lhes concede uma casa em Prouille, no extremo sul da França, e sugere uma regra de vida humilde, toda voltada para a oração. Essa casa vai ser o berço dos dominicanos, e a primeira comunidade das monjas dominicanas da clausura. Por lá passariam e hospedar-se-iam os primeiros "pregadores mendicantes".
São Domingos Gusmão, porém, não encontrava facilidades. Em 1208 ainda estava pregando sozinho em toda aquela região. É quando Nossa Senhora lhe aparece na igreja de Prouille, e entrega-lhe o Santo Rosário como proteção e sinal de Sua companhia. Essa belíssima Graça renovou-lhe as forças, e assim seguiu vivendo para "pregar e caminhar", como ele mesmo dizia.
Era o perfeito seguimento do exemplo de vida dos Apóstolos, quando os diáconos se fizeram absolutamente necessários para os demais serviços da Igreja: "Nós, porém, ocupar-nos-emos totalmente na oração e no ministério da Palavra.” At 6,4
Com a morte do Papa Inocêncio III, no entanto, e com a ascensão de Honório III, que era seu amigo e admirador, São Domingos vai a Roma em 1216 e obtém a aprovação da Ordem dos Pregadores, por realmente ser um novo carisma, pois os religiosos viveriam "totalmente dedicados ao anúncio da Palavra de Deus".Era o perfeito seguimento do exemplo de vida dos Apóstolos, quando os diáconos se fizeram absolutamente necessários para os demais serviços da Igreja: "Nós, porém, ocupar-nos-emos totalmente na oração e no ministério da Palavra.” At 6,4
Só em 1214, na cidade de Carcassonne, ali nas proximidades, começou a juntar alguns amigos que lhe acompanhariam na vida itinerante. Em 1215 cria uma regra de vida para o grupo de pegadores, logo aprovada pelo bispo, mas, ao tentar dela fazer uma ordem religiosa, dá-se em Roma com as decisões do Concílio de Latrão, que proibia a fundação de novas ordens, por tantas que já havia. O Papa Inocêncio III aconselhou-o a adotar uma entre as já existentes, o que o faz optar, junto com seus companheiros, pela Ordem de Santo Agostinho, pelos pendores que esta tinha para o eremitério.
Em 1220, em Bolonha, no primeiro Capítulo, a Ordem dos Pregadores adota o sistema democrático para escolher os superiores das casas. Em 1221, em Roma, no segundo Capítulo, a ordem divide-se em províncias e cria-se o Capítulo Geral, a ser assistido por priores provinciais e delegados eleitos pelas comunidades, onde democraticamente também se escolhe o mestre geral da ordem.
Antevendo a entrega do Escapulário a São Simão Stock, um carmelita, o que só aconteceria quase duas décadas depois, nosso Santo firmou sua Profecia, que vai na direção do título de Co-Redentora, a ser dado a Nossa Mãe Celestial: "Um dia, através do Rosário e do Escapulário, Nossa Senhora salvará o mundo."
Ele ensinou:
"Arme-se com a oração em vez de uma espada, vista-se de humildade em vez de belas vestes."
"Um homem que governa suas paixões é o dono do mundo. Devemos governá-las ou por elas ser governados. É melhor ser o martelo que a bigorna."
"Nós devemos semear a semente, não acumulá-la."
"Eu não suportava valorizar peles mortas (caros livros), quando peles vivas estavam famintas e necessitadas."
"Eu diria a eles (seus inimigos) que me matassem devagar e dolorosamente, um pouco de cada vez, para que eu pudesse ter uma mais gloriosa coroa no Céu."
"Tu (São Francisco) és meu companheiro, e comigo deves andar. Pois, se nos unirmos, nenhum poder terrestre poderá suportar-nos."
"Estes, meus muito amados, são os legados que vos deixo como meus filhos: tende caridade entre vós, perseverai na humildade e mantende uma voluntária pobreza."
"Não chores, pois eu serei mais útil a ti depois de minha morte, e então vou ajudar-te mais eficazmente que durante minha vida."
Após anos de "Santa Pregação" e penitências, morreu em 1234 no convento de Bolonha, Itália, na sela de um confrade, pois nunca aceitou ter uma só para si.
A Constituição da Ordem dos Pregadores diz: "... persigamos este fim pela pregação e pelo ensino da abundancia de nossa contemplação, de acordo com o exemplo de nosso Pai São Domingos, que afim de salvar almas apenas falava para Deus ou de Deus."
Os principais objetos de devoção dos dominicanos são: o Santíssimo Sacramento, a Santíssima Virgem Maria, especialmente invocada no Rosário, e rezar pelas almas do Purgatório.
Gregório IX, papa de 1227 a 1241, disse dele: "Eu conheci-o como um fiel seguidor do apostólico modo de vida. Não há dúvida de que está no Céu, compartilhando da Glória dos próprios Apóstolos."
E o próprio Deus Pai disse a Santa Catarina de Sena, que era dominicana da Ordem Terceira: "Seu Pai Domingos, meu amado filho, quer que seus irmãos não tenham outro desejo senão Minha honra e a Salvação das almas, pela Luz da ciência. Esta é a Luz que ele desejou para ser o principal objeto de sua Ordem... no intuito de extirpar as heresias que haviam surgido a seu tempo. Seu papel era o do Verbo, Meu único Filho..."
De sua Ordem, foram Santos da grandeza de São Tomás de Aquino e Santa Rosa de Lima, além de estudiosos como Nicolau Copérnico e o primeiro Sacerdote ordenado nas Américas, Bartolomeu de las Casas, grande defensor dos indígenas.
A Ordem cuidou de dar uma bela arca a suas relíquias, que fica numa capela da basílica do século XIII que leva seu nome, lá mesmo em Bolonha.
São Domingos, rogai por nós!