quarta-feira, 28 de junho de 2023

O Evangelho


    A palavra Evangelho, do grego, significa Boa Notícia. É o anúncio da Vida Eterna que Jesus veio oferecer-nos, como São João Evangelista testemunhou: "Eis a promessa que Ele nos fez: a Vida Eterna." 1 Jo 2,25
    Em discussão com os religiosos de Jerusalém, Jesus assegurou: "Minhas ovelhas ouvem Minha voz. Eu conheço-as e elas seguem-Me! Eu dou-lhes a Vida Eterna. Elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de Minha Mão." Jo 10,27-28
    E já ao iniciar Sua vida pública, na sinagoga de Nazaré Ele leu o que seria o 'discurso inaugural' de Sua Missão, o anúncio da chegada do Salvador contido no Livro de Isaías, profeticamente escrito havia 700 anos. Esse texto descreve com perfeição a Pessoa de Jesus, detalhando o que Ele veio realizar entre nós, desde Sua Vinda até Sua Gloriosa Volta. Está escrito: 

    "O Espírito do Senhor repousa sobre Mim, porque o Senhor Me consagrou pela unção. Enviou-Me para levar a Boa Nova aos humildes, curar os doloridos corações, anunciar aos cativos a Redenção e aos prisioneiros a liberdade; proclamar o ano da Graça da parte do Senhor, e o dia de vingança de Nosso Deus; consolar todos aflitos, dar-lhes um diadema em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de vestidos de luto, cânticos de Glória em lugar de desespero.
    Então os chamarão as azinheiras da justiça, plantadas pelo Senhor para Sua Glória. Reconstruirão as antigas ruínas, reerguerão as relíquias do passado, restaurarão as destruídas cidades, repararão as seculares devastações; virão estrangeiros apascentar vosso miúdo gado, gente de fora servi-vos-á de lavradores e vinhateiros; a vós chamá-vos-ão Sacerdotes do Senhor, de Ministros de Nosso Deus sereis qualificados.
    Vós alimentar-vos-eis com as riquezas das nações, e brilhareis com sua opulência. Já que tiveram dupla parte de vergonha e tiveram como quinhão opróbrios e escarros, receberão em sua terra dupla parte de herança, e a alegria deles será eterna. Porque Eu, o Senhor, amo a equidade e detesto o fruto da rapina. Por isso, fielmente vou dá-lhes sua recompensa, e com eles concluir uma Eterna Aliança."
                                                  Is 61,1-9

    Mas como se deu a divulgação dessa Boa Notícia? Por incrível que pareça, foi pessoa a pessoa. Aliás, como ainda é hoje e não vai mudar. Jesus rezou ao Pai pela perfeita união entre os Apóstolos, pela santidade deles, e assim Sua Palavra permaneceu inviolável: "Manifestei Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Eram Teus e deste-Mos, e guardaram Tua Palavra. Pai Santo, guarda-os em Teu Nome, que Me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam Um como Nós. Santifica-os pela Verdade. Tua Palavra é a Verdade. Como Tu Me enviaste ao mundo, Eu também os enviei ao mundo." Jo 17,6.11b.17-18
    De fato, referindo-Se a Seu rebanho, Ele garantiu aos Onze na mesa da Santa Ceia: "Se guardaram Minha Palavra, também hão de guardar a vossa." Jo 15,20b
    Porque também rezou pela Comunhão entre nós, fiéis seguidores dos Apóstolos, e assim a Igreja se tornou portadora de Sua Glória: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em Mim. Para que todos sejam Um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste. Dei-lhes a Glória que Me deste, para que sejam Um, como Nós somos Um: Eu neles e Tu em Mim. Para que sejam perfeitos na Unidade e o mundo reconheça que Me enviaste e amaste-os, como amaste a Mim." Jo 17,20-23
    Por isso, São João Evangelista assim afirma: "Aceitamos o testemunho dos homens." 1 Jo 5,9a
    Sem dúvida, a Igreja, verdadeiro pedaço do Céu, representa o Reino de Deus, Seu Reino de Sacerdotes. Contudo, de tão maravilhoso, ele é simplesmente indizível, como São Paulo admite: "Nossa ciência é parcial, nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá." 1 Cor 13,9-10
    E à parte o que faz o Espírito Santo, por nós a Boa Nova só é comunicável na inteireza das capacidades humanas: com palavras, raciocínios, emoções, tons de voz, gestos, expressões faciais, olhares, comportamento... Mas principalmente com o testemunho de vida, como Jesus ensinou: "Ninguém tem maior amor que aquele que dá sua vida por seus amigos." Jo 15,13
    Ele reclamava: "Por que Me chamais: Senhor, Senhor... Mas não fazeis o que Eu digo?" Lc 6,46
    Quando questionado, era bem objetivo: "Perguntaram-Lhe: 'Que faremos para praticar as obras de Deus?' Respondeu-lhes Jesus: 'A obra de Deus é esta: que creiais n'Aquele que Ele enviou.'" Jo 6,28-29
    Foi isso que Nosso Senhor pregou desde o início: "Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-Se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 'Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Fazei penitência e crede no Evangelho.'" Mc 1,14-15
    E assim Se entregou por completo à Sua Missão. São Mateus, para não usar em demasia o termo 'Deus', em obediência ao Mandamento de "não pronunciar em vão o Nome do Senhor (Dt 5,11)", chama esse anúncio de 'Evangelho do Reino': "Jesus percorria toda Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas doenças e enfermidades entre o povo." Mt 4,23
    Como consta no 'discurso inaugural', essa Boa Notícia tem especiais destinatários. Quando São João Batista pediu de Jesus uma confirmação de que era realmente o Messias, usando essa mesma leitura de Isaías como sinal Ele mandou dizer-lhe que "... o Evangelho é anunciado aos pobres..." Mt 11,5
    E como marco de um projeto absolutamente inigualável, o anúncio da Boa Nova por todo o globo terrestre também será o sinal do fim dos tempos. São palavras de Jesus: "Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas nações, e então chegará o fim." Mt 24,14
    São Marcos faz esse mesmo registro, embora dito com outras palavras. Após falar sobre o fim do mundo, Jesus arrematou: "Mas primeiro é necessário que o Evangelho seja pregado a todas nações." Mc 13,10
    Disse mais: atestando a perenidade de Sua divina manifestação, Ele garantiu que, mesmo com a renovação do céu e da terra, o Evangelho permaneceria para a eternidade: "O céu e a terra passarão, mas Minhas Palavras não passarão." Mt 24,35
    Avisava, portanto, que seu anúncio era uma obra que excede os cuidados dessa vida: "Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á. Mas aquele que perder sua vida por amor de Mim e do Evangelho, salvá-la-á." Mc 8,5
    Mas tal qual o Livro de Isaías, que fala de uma especial dádiva, também prometia recompensas ainda neste mundo: "Em Verdade, digo-vos: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa de Mim e por causa do Evangelho, que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, mesmo com perseguições, e no vindouro século a Vida Eterna." Mc 10,29-30
    Por isso, Ele envia-nos para dar esse testemunho em toda parte: "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura." Mc 16,15
    E foi isso que fizeram os Apóstolos logo após o nascimento da Igreja, que se deu no Pentecostes: "E todos dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo, no Templo e pelas casas." At 5,42
    Cumprindo-se a profecia de Isaías, portanto, eles também foram aos estrangeiros, ou seja, aos não judeus: "... dirigiram-se também aos gregos, anunciando-lhes o Evangelho do Senhor Jesus." At 11,20
    Era o que já tinha sido iniciado por São Pedro, que disse no Concílio de Jerusalém: "Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os não judeus ouvissem a Palavra do Evangelho e cressem." At 15,7
    Isso foi levado à diante por São Paulo, aqui por convite do anjo da Macedônia: "De noite, Paulo teve uma visão: um macedônio, em pé diante dele, rogava-lhe: 'Passa à Macedônia, e vem em nosso auxílio!' Assim que teve essa visão, procuramos partir para a Macedônia, certos de que Deus nos chamava a pregar-lhes o Evangelho." At 16,9-10
    Para este Apóstolo, pródigo em renomear a Palavra da Salvação, o que anunciavam eram a própria 'Graça de Deus': "Mas nada disso temo, nem faço caso da minha vida, contanto que termine minha carreira e o Ministério da Palavra que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho ao Evangelho da Graça de Deus." At 20,24
    Ou, repetindo São Marcos, o 'Evangelho de Deus': "Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser Apóstolo, reservado para anunciar o Evangelho de Deus. Este Evangelho Deus prometera outrora pelos seus Profetas, na Sagrada Escritura..." Rm 1,1
    Ou o 'Evangelho do Filho de Deus': "Pois Deus, a Quem sirvo em meu espírito, anunciando o Evangelho de Seu Filho, é-me testemunha de como vos menciono incessantemente em minhas orações." Rm 1,9
    Ou o 'Evangelho de Cristo': "De maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo, desde Jerusalém e suas terras vizinhas até a Ilíria." Rm 15,19
    Ou ainda num título de uma especial dádiva de Cristo: "... e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da Paz." Ef 6,15
    Ou até mesmo o 'seu' Evangelho, referindo-se às revelações que teve: "Isso claramente aparecerá no Dia em que, segundo meu Evangelho, Deus julgar as secretas ações dos homens, por Jesus Cristo." Rm 2,16
    Ou, por fim, como escreveu a São Timóteo, o belo título de "... Glorioso Evangelho de Deus Bendito..." 1 Tm 1,11
    Pois esse anúncio não era só palavras, mas uma manifestação do próprio poder de Deus: "Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a Salvação de todo aquele que crê..." Rm 1,16
    Ele dizia: "Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim nada tem de humano." Gl 1,11
    E completa: "Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e reduzimo-lo à obediência a Cristo." 2 Cor 10,4-5


PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO

    São Paulo atribuía a força do Evangelho ao Santo Paráclito: "Nosso Evangelho foi-vos pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo..." 1 Ts 1,5
    E exultava com Seu Ministério: "Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, revestiu-se de tal glória que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés, por causa do resplendor de sua face (embora transitório), quanto mais glorioso não será o Ministério do Espírito?" 2 Cor 3,7-8
    Ele descreve a Nova Aliança nestes termos: "A Lei do Espírito de Vida libertou-me, em Jesus Cristo, da Lei do pecado e da morte. O que era impossível à Lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus fez. Enviando, por causa do pecado, Seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça prescrita pela Lei fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é d'Ele." Rm 8,2-4.9b
    Também dizia São Pedro: "... estas revelações que agora vos têm sido anunciadas por aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo, enviado do Céu. Revelações estas, que os próprios anjos desejam contemplar." 1 Pd 1,12
    E por revelar a índole das pessoas, pregava São Paulo, a Boa Nova é um divisor de águas: "... quanto ao Evangelho, eles são inimigos de Deus... " Rm 11,28
    Detalhe que ele expôs com contundência: "Se nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem..." 2 Cor 4,3
    Segundo o Apóstolo dos Gentios, nele está o Cristo em Sua plenitude, só oculto: "... para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a Luz do Evangelho, onde resplandece a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus." 2 Cor 4,4
    Ele é a própria Palavra da Verdade: "N'Ele (Cristo) também vós, depois de terdes ouvido a Palavra da Verdade, o Evangelho de vossa Salvação no qual tendes crido, fostes selados com o Espírito Santo que fora prometido..." Ef 1,13
    É a fonte de : "Porque nele (Evangelho) se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé..." Rm 1,17a
    É a própria fonte da esperança: "... em vista da esperança que vos está reservada nos Céus. Esperança que vos foi transmitida pela pregação da Verdade do Evangelho... Para isto, é necessário que permaneçais fundados e firmes na fé, inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvistes..." Cl 1,5.23
    É também o poder que transforma Sacerdotes em pais, geradores de filhos de Deus nas palavras de São Paulo : "... fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, pelo Evangelho." 1 Cor 4,15
    Para concluir com chave de ouro, ele ensina que a Boa Notícia é o instrumento do Salvador para levar-nos à eternidade: "... Jesus Cristo, que destruiu a morte e suscitou a Vida e a imortalidade pelo Evangelho..." 2 Tm 1,10
    Por isso, coberto de motivos, ele cobrava fidelidade: "Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à Graça de Cristo para um diferente evangelho. De fato, não há dois evangelhos: há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós, e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do Céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja anátema!" Gl 1,6-8
    São Pedro também vai denunciar esta ofensa à Verdade que leva à difamação da Igreja: "Assim como entre o povo houve falsos profetas, entre vós também haverá falsos doutores, que disfarçadamente introduzirão perniciosas seitas. Muitos segui-los-ão em suas desordens, e deste modo serão a causa de o Caminho da Verdade ser caluniado. Movidos por cobiça, eles hão de explorar-vos por palavras cheias de astúcia." 2 Pd 2,1a.2-3a
    Ao contrário desses, São Paulo punha sua vida em risco para que nada o impedisse: "... tudo sofremos para não pôr obstáculo algum ao Evangelho de Cristo." 1 Cor 9,12b
    E fala das concessões que fez, mesmo diante de invasões de privacidade, para preservá-lo em sua plenitude: "... fomos, por esta vez, condescendentes, para que o Evangelho permanecesse em sua integridade." Gl 2,5
    Afoito na juventude, chegou a reclamar da tolerância de São Pedro para com as fraquezas de judeus convertidos: "Quando vi que seu procedimento não era segundo a Verdade do Evangelho..." Gl 2,14
    Pois pouco mais tarde ele mesmo vai usar dessa 'dissimulação' para evangelizar, como escreveu aos coríntios: "Para os que não têm lei, fiz-me como se eu não tivesse lei, ainda que eu não esteja isento da Lei de Deus, porquanto estou sob a Lei de Cristo, a fim de ganhar os que não têm lei. Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos." 1 Cor 9,21-22
    Guiado pela Sabedoria, e ciente da falibilidade humana, ele via o Ministério da Igreja como gesto de bondade de Deus, a Quem deveria prestar contas: "Mas, como Deus nos julgou dignos de confiar-nos o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda nossos corações." 1 Ts 2,4
    Ele bem via: tudo dá-se pela Graça de Deus: "Eu tornei-me servo deste Evangelho em virtude da Graça que me foi dada, pela onipotente ação divina." Ef 3,7
    E ciente de suas limitações, procurava não assumir todas funções da Igreja: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho. E isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a Cruz de Cristo." 1 Cor 1,17
    Zelosamente cuidava para que a Igreja mantivesse a Unidade e a dignidade: "Cumpre, somente, que em vosso proceder vos mostreis dignos do Evangelho de Cristo. Quer eu vá ter convosco quer permaneça ausente, desejo ouvir que estais firmes em um só espírito, lutando unanimemente pela fé do Evangelho..." Fl 1,27
    Tinha presente que o Ministério da Palavra é sagrado: "... ser o ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, exercendo a sagrada função do Evangelho de Deus." Rm 15,16
    De fato, seu compromisso com as coisas de Deus tornou-se exemplar: "Anunciar o Evangelho não é glória para mim. É uma obrigação que se me impõe! Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!" 1 Cor 9,16
    E assim como era reconhecido, estimulava também seus pares. Aqui ele diz a São Timóteo: "Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos. Cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu Ministério." 2 Tm 4,5
    Com razão, ele via no acolhimento da Boa Nova uma questão de sensatez, como escreveu aos coríntios: "... eles glorificam a Deus pela obediência que vós professais relativamente ao Evangelho de Cristo..." 2 Cor 9,13
    Humildemente, porém, pedia por orações, pois sabia que anunciava um mistério: "E também orai por mim, para que me seja dado corajosamente anunciar o mistério do Evangelho..." Ef 6,19
    São João Evangelista ainda fala de 'um Eterno Evangelho', mas é apenas um sinal do momento da Gloriosa Volta de Jesus, o 'início' da eternidade: "Vi, então, outro anjo que voava pelo meio do Céu, tendo um Eterno Evangelho para anunciar aos habitantes da terra e a toda nação, tribo, língua e povo. '... é chegada a hora do Seu Julgamento.'" Ap 14,6-7


OS QUATRO SÍMBOLOS

    Os evangelistas, segundo a visão do Profeta Ezequiel, foram previamente representados pelas faces dos querubins, os anjos do Verbo. São João, cuja perspectiva demonstra a natureza divina de Jesus, foi associado à águia. São Lucas é representado pelo touro, que era um animal sacrificado no Templo. São Marcos tem como símbolo o leão, mostra Jesus como o Rei. São Mateus é representado pelo anjo, porque se ocupou da natureza humana de Jesus.
    De fato, são quatro narrativas, mas um só Evangelho. Diz Ezequiel: "Tive, então, uma visão... Distinguia-se no centro a imagem de quatro seres que aparentavam possuir forma humana. Cada um tinha quatro faces e quatro asas. De seus quatro lados saíam mãos humanas por debaixo de suas asas. Quanto ao aspecto de seus rostos, todos eles tinham figura humana, todos os quatro, uma face de leão pela direita, todos os quatro, uma face de touro pela esquerda, e todos os quatro, uma face de águia. Cada qual caminhava para a frente: iam para o lado aonde os impelia o Espírito. Não se voltavam, enquanto iam andando." Ez 1,4a.5-6.8a.10.12
    E esses seres encontram-se imediatamente abaixo do trono de Deus: "Pairando acima desses seres, havia algo que se assemelhava a uma abóbada, límpida como cristal, estendida sobre suas cabeças. Sob essa abóbada, alongavam-se suas asas até tocarem-se, tendo cada um (sempre) duas que lhe cobriam o corpo. Acima dessa abóbada havia uma espécie de trono, semelhante a uma pedra de safira, e, bem no alto dessa espécie de trono, uma Humana Silhueta. Vi que Ela possuía um vermelho fulgor, como se houvesse sido banhada no fogo, desde o que parecia ser a Sua cintura, para cima. Enquanto que, para baixo, vi algo como fogo que esparzia clarões por todos lados. Como o arco-íris que aparece nas nuvens em dias de chuva, assim era o resplendor que A envolvia. Esta era visão a imagem da Glória do Senhor." Ez 1,22-23.26-28

    "Esperamos entrar na Vida Eterna!"